Se você já flagrou alguém falando com uma samambaia como quem negocia a paz mundial, saiba: você não presenciou um delírio, mas sim um ritual sagrado da botanicidade humana. Conversar com plantas é um estilo de vida. Um chamado. Uma vocação. Quase um relacionamento sério – só que com menos drama e mais clorofila.
Tem aquele tipo de pessoa que chega em casa, joga a mochila no chão e solta um “oi, minha filha!” para a jibóia, enquanto a família inteira fica sem saber se o cumprimento foi para eles ou para a planta. Tem também o perfil coach-vegetal, que encoraja: “vamos lá, você consegue brotar essa folha sim, eu acredito em você!” E há, claro, os fofocalhos: “você não sabe o que a costela-de-adão aprontou hoje…”.
E o mais curioso é que, segundo essas pessoas – que pela ciência deveriam ganhar um prêmio de paciência fotossintética –, as plantas respondem. Não verbalmente, claro. Elas fazem aquele movimento silencioso de crescer meio centímetro em uma semana e pronto: já virou conversa profunda.
Fato é que conversar com plantas não é loucura. É bacana. É maturidade emocional. É terapia grátis que ainda enfeita a casa. E se, por acaso, você nunca falou com nenhuma, cuidado: a qualquer momento você pode ser pego dizendo “desculpa, quase pisei em você” para um cacto. A partir daí não tem mais volta...
No fundo, quem conversa com plantas não está falando só. Está praticando carinho com o mundo. E, sinceramente? O mundo anda precisando desse tipo de gente.